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01 julho, 2010

Boas Consonâncias

Exposição de Pintura de Fernanda Freire, de 3/7 a 20/8/2010

Depois de ter exposto na Vício das Letras em 2007, Fernanda Freire regressa ao espaço da Vício das Letras com “Boas Consonâncias”.

A artista apresenta nesta exposição um conjunto de obras que resultam da (sua) interpretação de Amor Universal. Na realidade, quase todas as obras apresentam uma forte mensagem de Amor e de boas uniões, que seriam encontradas num Mundo perfeito, que infelizmente não existe!

Em “Boas Consonâncias”, a artista utilizou materiais diversos (aguarelas, acrílicos, óleos), mostrando uma grande agilidade e um sentido estético que tem tanto de puro como de belo.








Do preto e do branco e também das outras cores: brevíssima nota sobre a pintura de Fernanda Freire

A arte é como a vida. Ao longo dos anos toma formas diferentes. Os criadores são uma espécie de demiurgos que adaptam a realidade ao sentimento e (trans)formam o que os rodeia naquilo que a cada instante mais lhes interessa.

Assim é a obra que Fernanda Freire nos vai mostrando. O emaranhado de linhas sempre presente em todos os períodos da sua criação são como que um entrelaçar de cantos e desencantos de uma incessante turbulência criativa.

Os corpos, as paisagens, as naturezas mortas… quer sejam a preto e branco, quer sejam a cores, instalam-nos na tranquilidade de que teimosamente nos vamos afastando. Os rostos serenos são proporcionais aos corpos uniformes que aparecem envoltos num hermafroditismo que deslumbra a imaginação.

Os mesmos traços são em outras telas densamente coloridos num jogo de cores que confundem o olhar do espectador e o transportam às tradicionais expressões pictóricas das longínquas terras africanas e orientais. Na pintura de Fernanda Freire cabe o mundo todo porque o que mais lhe interessa não é o caminho já percorrido, mas sim a busca interminável de graus mais elevados do sentir o do Ser.

A pintura de Fernanda Freire funde a vida da sua autora com a universalidade de tons com que em todo o mundo se vai representando aquilo que se (pre)sente nas esquinas do tempo onde mais se demorou.

Eivada de optimismo e de boas consonâncias, esta mostra põe em evidência que a vida se confunde com a arte, ou como diziam os antigos, a vida é mestre da arte e esta a melhor tradução daquilo que a vida realmente é.

Artur Manso

artur.s.manso@gmail.com


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